terça-feira, 31 de maio de 2011

Qualidade x Quantidade

Quando nos tornamos mãe, nos imaginamos uma mulher completa. Ok, fica faltando o corpo esbelto. Mas internamente a alegria é tanta que você se sente culpada por tanta alegria. Juro!

Eu fiz parte do grupo por me sentir culpada por não sentir mais alegria ainda. Chorei e quis cortar os pulsos por causa disso. Mas acho que isso aborda um tema pra outro post.

Com a volta ao trabalho quis não só cortar os pulsos como também enfiar uma faca na barriga [meio violento tá isso hoje, não???]. Me encontrava em uma situação inusitada: não via a hora de voltar a trabalhar. Não via a hora de poder colocar as minhas roupas sociais [ainda que eu parecesse sentada nas minhas calças mesmo estando em pé] e largar pra trás aqueles moletons e camisetas de quando minha mãe era gorda e que eu tava usando pra ficar em casa e no máximo dar uma descida no prédio com o Pedro pra tomar um solzinho. Ele tomar um solzinho porque eu não raspava a perna há tempos mesmo. -
à Depressão pós parto loooonga a minha!

No primeiro dia após a licença, fui chorando de soluçar de alegria porque estava voltando praquela rotina de deadlines, balancetes no prazo, apuração dos impostos e ajudar a administrar 60 pessoas. Mas olhava no banco de trás do carro e via aquele ser tão indefeso e me sentia uma bruxa porque ia perder todo o avanço e desenvolvimento e descobertas com aquela alegria maquiavélica que sentia. Mas não podia voltar atrás. Mesmo porque quando cogitei a idéia de parar de trabalhar, o mundo [leia-se: família + parentes + agregados + amigos] voltaram-se contra mim. Veio todo aquele discurso que hoje eu sei que foi mais que válido e que é super verdade:

- “SE VOCÊ NÃO FOR FELIZ, COMO PASSARÁ FELICIDADE AO SEU FILHO”.

- “UM DIA SEU FILHO VAI CRESCER, VAI CUIDAR DA VIDA DELE E VOCÊ VAI FICAR AÍ. SENTADA. OLHANDO”

- Entre outros. Foram muitos incentivos que não dá pra relacionar aqui.

Foi aí então que uma amiga me disse para focar na qualidade do tempo em que estaria com ele. Pois a quantidade nessas horas não fazem diferença, um dia ele entrara para a escolinha dando inicio de fato na vida dele e eu ficaria em casa somente esperando ele e meu marido, completamente desprovida de qualquer vaidade. Porque sim, a vaidade iria se perder. Ela me disse que valeria muito mais a pena eu chegar a noite em casa e me dedicar em ficar com ele, brincar com ele, ver como foi o dia dele do que ficar em casa durante o dia talvez até brigando por coisas desnecessárias.

Essas palavras foram me confortando e fui me acostumando a ser uma mulher-mãe-escrava-dos-deadlines. E até hoje participo do desenvolvimento e das descobertas do Pedro de longe. Uma avó fala, a outra avó comenta e por aí vai.

Me desdobro aos finais de semana e todas as noites brincando com ele, trocando fraldas e colocando pra dormir para poder escutar MAMÃE. Ou que seja, MÃMÃ. Afinal carreguei os 9 meses, tava toda hora com os peitos pra fora... me dediquei em levantar de madrugada, etc. Para ver ele falando... [tempo].... não gente, não foi nem PAPAI que ele falou. Nem PÁPÁ.

A primeira palavra mesmo foi GOL [estou desconsiderando os ‘ANGÚS’ da vida, ok???]. mas a primeira pessoa que ele chamou foi VOVÔ! Sim, VOVÔ!

Os avôs ficam menos tempo que eu mesma. Pois ambos trabalham também e acabam vendo ele muitas vezes somente aos fins de semana. Nunca trocaram sequer uma fralda. Mas quando têm a oportunidade de ficar com o único neto que possuem, fazem daquele momento tão especial que o danadinho simplesmente fica louco de alegria quando os vê.

As avós que estão meio chateadinhas [hehehehehe....], pois cuidam dele em dias alternados e ambas são professoras, então ensinam MUITAS coisas pra ele. Eu e meu marido temos a ciência de que ele sabe que somos os pais e temos ciência também do amor que ele sente por nós como pais, mas que eu queria ter ouvido MAMÃE antes até do ANGÚ.... ah, isso eu queria! :o)

Mas quer saber??? Não existia competição nenhuma por isso e estou, de coração, muito feliz pelo meu filho ter chamado pelo avôs primeiro. Carinho de avô e avó é a melhor coisa, né???

Por isso que, realmente, constato que a qualidade do tempo que você passa, seja com seu filho, com seus amigos, com sua família, com você mesmo VALE MUITO MAIS do que a quantidade. Portanto, quando estiver com alguém, esteja de CORPO, CORAÇÃO e ALMA. É a conclusão que tiro disso tudo!









sexta-feira, 27 de maio de 2011

E assim nasce... o blog e o primeiro post!

Foi difícil. Resisti muito. Criei e deletei esse blog no mínimo 15 vezes. Pensava na minha privacidade e na da minha família. Tinha dias que a inspiração era torrencial e no minuto seguinte, ela tinha passado. Já tinha textos prontos na minha cabeça, só faltava criar o espaço e dar um nome. Mas tinha que ser O nome. Aquele que batesse com a minha alma. Estagnei nesse processo todo quase 1 ano. Até que em uma noite um tanto quase ociosa, coloquei mente e mãos para trabalhar. Mesmo porque pra tudo é preciso ter um primeiro passo. Até mesmo para se criar um blog.
Eu até tenho um outro que colocava meus devaneios ‘infantis’ ali naquele espaço em branco como se fosse somente mais uma na internet. Atrai algumas pessoas. Pessoas que foram importantes pra mim e que me deram incentivos. Pessoas que não conheço cara a cara mas que é como se fosse pois fizeram aflorar o lado artístico do meu espírito. Mas não atualizo aquele blog mais por motivos tão íntimos que não compartilharei aqui. Foi uma época que ficará ali porque alem de tudo sou nostálgica. Gosto de vez ou outra, passar por ali e ler os ‘rascunhos’ da vida que passou.

Enfim, tudo isso é pra explicar que do ultimo post do outro blog para o primeiro deste, me casei, viajei muito, fui a shows, briguei e amei, chorei, enfrentei momentos difíceis e me tornei mãe. Deste ultimo, fiz nascer um monte de outros títulos: avó, avô, pai, dinda e dindo, tios e tias e por aí vai.

Desde quando estava em casa entre fraldas e mamadas, tive vontade de compartilhar a loucura que estava passando por ser mãe de primeira viagem em um blog. Mas não pra pessoas da internet e sim para pessoas da família. Sabe aqueles que mesmo perto estão longe??? Ou aqueles que realmente estão longe??? Ou ainda assim, amigos e amigas que queiram saber da minha felicidade e do amor intenso que aumenta cada dia mais??? Então...

Esse ‘projeto’ era pra ter começado ainda quando estava de licença maternidade. Afinal tinha todo o tempo do mundo e poderia atualizar o blog de acordo com os avanços do Pedro, correto??? ERRADO! Licença maternidade você literalmente não possui tempo nem pra você. É uma loucura. Ainda mais quando se é mãe de primeira viagem... e quando você não esta preparada para a depressão pós-parto.

Bom, depois desse período PUNK, eu voltei a trabalhar e estou tentando conciliar o sentimento de querer ser uma super mãe com o de querer ser uma super mulher. É natural ouvir isso: todas as mulheres que se tornam mães querem chegar no topo das super mulheres. Mas lá persiste a tão falada correria do dia-a-dia [agora 2x porque a “super mãe” voltou a trabalhar] e eu não conseguia criar o blog. Mesmo porque de fim de semana eu queria distancia de tudo, menos de todos.

Agora, perto do Pedro completar 1 ano, consegui [eu acho!] achar em qual hora do meu dia eu tenho espaço para me dedicar ao blog que eu tanto queria. E será aqui que irei contar coisas do meu cotidiano e do dele. Nada que impede de algumas vezes eu voltar no tempo e contar alguma coisa da gravidez ou de quando ele era bem pequenininho. Isso vai acontecer de acordo com a minha memória e de acordo com essa hora do meu dia que irei dedicar... sabe, as vezes somos engolidos pelas horas e de repente vimos que o dia já se foi.

Acho que para o primeiro post tá ótimo, né??? Depois conto o motivo desse nome pro blog!


Beijos!
;-*