Eu fiz parte do grupo por me sentir culpada por não sentir mais alegria ainda. Chorei e quis cortar os pulsos por causa disso. Mas acho que isso aborda um tema pra outro post.
Com a volta ao trabalho quis não só cortar os pulsos como também enfiar uma faca na barriga [meio violento tá isso hoje, não???]. Me encontrava em uma situação inusitada: não via a hora de voltar a trabalhar. Não via a hora de poder colocar as minhas roupas sociais [ainda que eu parecesse sentada nas minhas calças mesmo estando em pé] e largar pra trás aqueles moletons e camisetas de quando minha mãe era gorda e que eu tava usando pra ficar em casa e no máximo dar uma descida no prédio com o Pedro pra tomar um solzinho. Ele tomar um solzinho porque eu não raspava a perna há tempos mesmo. -à Depressão pós parto loooonga a minha!
No primeiro dia após a licença, fui chorando de soluçar de alegria porque estava voltando praquela rotina de deadlines, balancetes no prazo, apuração dos impostos e ajudar a administrar 60 pessoas. Mas olhava no banco de trás do carro e via aquele ser tão indefeso e me sentia uma bruxa porque ia perder todo o avanço e desenvolvimento e descobertas com aquela alegria maquiavélica que sentia. Mas não podia voltar atrás. Mesmo porque quando cogitei a idéia de parar de trabalhar, o mundo [leia-se: família + parentes + agregados + amigos] voltaram-se contra mim. Veio todo aquele discurso que hoje eu sei que foi mais que válido e que é super verdade:
- “SE VOCÊ NÃO FOR FELIZ, COMO PASSARÁ FELICIDADE AO SEU FILHO”.
- “UM DIA SEU FILHO VAI CRESCER, VAI CUIDAR DA VIDA DELE E VOCÊ VAI FICAR AÍ. SENTADA. OLHANDO”
- Entre outros. Foram muitos incentivos que não dá pra relacionar aqui.
Foi aí então que uma amiga me disse para focar na qualidade do tempo em que estaria com ele. Pois a quantidade nessas horas não fazem diferença, um dia ele entrara para a escolinha dando inicio de fato na vida dele e eu ficaria em casa somente esperando ele e meu marido, completamente desprovida de qualquer vaidade. Porque sim, a vaidade iria se perder. Ela me disse que valeria muito mais a pena eu chegar a noite em casa e me dedicar em ficar com ele, brincar com ele, ver como foi o dia dele do que ficar em casa durante o dia talvez até brigando por coisas desnecessárias.
Essas palavras foram me confortando e fui me acostumando a ser uma mulher-mãe-escrava-dos-deadlines. E até hoje participo do desenvolvimento e das descobertas do Pedro de longe. Uma avó fala, a outra avó comenta e por aí vai.
Me desdobro aos finais de semana e todas as noites brincando com ele, trocando fraldas e colocando pra dormir para poder escutar MAMÃE. Ou que seja, MÃMÃ. Afinal carreguei os 9 meses, tava toda hora com os peitos pra fora... me dediquei em levantar de madrugada, etc. Para ver ele falando... [tempo].... não gente, não foi nem PAPAI que ele falou. Nem PÁPÁ.
A primeira palavra mesmo foi GOL [estou desconsiderando os ‘ANGÚS’ da vida, ok???]. mas a primeira pessoa que ele chamou foi VOVÔ! Sim, VOVÔ!
Os avôs ficam menos tempo que eu mesma. Pois ambos trabalham também e acabam vendo ele muitas vezes somente aos fins de semana. Nunca trocaram sequer uma fralda. Mas quando têm a oportunidade de ficar com o único neto que possuem, fazem daquele momento tão especial que o danadinho simplesmente fica louco de alegria quando os vê.
As avós que estão meio chateadinhas [hehehehehe....], pois cuidam dele em dias alternados e ambas são professoras, então ensinam MUITAS coisas pra ele. Eu e meu marido temos a ciência de que ele sabe que somos os pais e temos ciência também do amor que ele sente por nós como pais, mas que eu queria ter ouvido MAMÃE antes até do ANGÚ.... ah, isso eu queria! :o)
Mas quer saber??? Não existia competição nenhuma por isso e estou, de coração, muito feliz pelo meu filho ter chamado pelo avôs primeiro. Carinho de avô e avó é a melhor coisa, né???
Por isso que, realmente, constato que a qualidade do tempo que você passa, seja com seu filho, com seus amigos, com sua família, com você mesmo VALE MUITO MAIS do que a quantidade. Portanto, quando estiver com alguém, esteja de CORPO, CORAÇÃO e ALMA. É a conclusão que tiro disso tudo!